Igreja Católica tem perdido fiéis em todo o mundo
Rio - A Igreja Católica tem perdido fiéis em todo o mundo, principalmente
entre os jovens. A Jornada Mundial da Juventude, criada por João Paulo II em
1986, tem o objetivo de motivar os jovens a se assumir como católicos e a se
integrar na Igreja.
No Brasil, a Jornada adquiriu especial importância no momento em que nossos
jovens ocupam as ruas e manifestam seu descontentamento frente à má qualidade
dos serviços públicos (transporte, saúde, educação etc.), comparada aos gastos
fabulosos feitos pelo governo para a Copa das Confederações, Copa do Mundo e as
Olimpíadas.
Os primeiros gestos e pronunciamentos do Papa na Itália sinalizaram mudanças
significativas no papado: a escolha do nome Francisco é emblemática, enfatiza a
opção pelos pobres; e ele adotou atitudes inovadoras, como pagar pessoalmente o
hotel em que se hospedou antes do conclave; residir na Casa Santa Marta, e não
na residência pontifícia; almoçar no refeitório comum com os funcionários do
Vaticano; demitir e ordenar a prisão de monsenhor Nunzio Scarano, diretor do
Banco da Santa Sé, envolvido em falcatruas; reformar o Código Penal do Estado do
Vaticano; constituir uma comissão de cardeais dos cinco continentes para
assessorá-lo no governo da Igreja.
Uma visita papal levanta a autoestima dos católicos, mas não faz
necessariamente aumentar o número deles. A cada ano o Brasil, país de maior
número de católicos, perde pouco mais 1% de seus fiéis. Em 1970 se declaravam
católicos 92% da população, conforme levantamento do IBGE. Em 2010, 65%.
Para evitar essa evasão, é preciso reformar a estrutura da Igreja Católica,
permitir o protagonismo das mulheres, valorizar o ministério dos leigos e
dialogar com a multiplicidade de tradições religiosas que há no Brasil.
Frei Betto é escritor, autor de ‘Um homem chamado Jesus’
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