terça-feira, 17 de julho de 2012

Crônica do Dia - Educação do Voto - Marcus Tavares



Rio -  Estamos a três meses das eleições municipais. A disputa começa a esquentar, com o horário eleitoral gratuito e os debates. Vocês vão ver todos os políticos dizendo que, ao lado da saúde, a educação é uma das prioridades. Quem dera que o discurso se transformasse, de fato, em ações concretas quando fossem eleitos.
Para quem não sabe, a rede pública municipal de ensino do Rio é uma das maiores da América Latina. São 1.063 escolas, 36 mil professores e cerca de 706 mil crianças e adolescentes. Se bem empregados, recursos não faltam para uma boa e qualificada gestão. A Constituição determina que os municípios devem aplicar, pelo menos, 25% da receita resultante de impostos na área, o que, na prática, muitas vezes não acontece.
Sei que muitos de nós, adultos, estamos cada vez mais distantes da política, devido a tantas e recorrentes corrupções, desmandos e desrespeitos. Mas o voto ainda é poderoso meio que temos para tentar mudar alguma coisa. Portanto, na eleição deste ano, no que se refere à educação, os pais e responsáveis dos estudantes do sistema público municipal de ensino, mais do que ninguém, devem prestar atenção nas propostas dos candidatos. Afinal, o que eles estão planejando?
São tantas observações a serem feitas, discutidas e avaliadas. Por exemplo: o horário integral. Não é admissível que crianças e jovens passem apenas quatro horas na escola. Muitos não têm condições de frequentar outros espaços de socialização e de aprendizagem. Como vamos melhorar o ensino deste jeito? Das 1.063, apenas 114 funcionam em tempo integral. É muito, muito pouco. O fato é: os governantes só investirão mais em educação se a sociedade cobrar e fiscalizar. Do contrário, educação ficará, como sempre, no discurso eleitoral.
O que fazer então nestas eleições? Primeiro passo: cobrar dos candidatos quais são as suas propostas para a educação. A partir daí, vamos avaliar, discutir, propor e, depois, exigir e fiscalizar o cumprimento das promessas de campanha. Não há outro jeito.

Jornal O Dia

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