Um dia desses, quando a chuva insistente desabou sobre a cidade de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab, preocupado com a situação dos moradores, foi ao local inundado e ouviu reclamações das pessoas atingidas, que, enraivecidas, o culpavam de maneira tão agressiva que ele foi embora.
Assistindo à cena, fiquei questionando essa atitude. Mesmo que ele queira, o que pode fazer agora, depois que tudo já aconteceu? A falta de previsão dos governantes, a ignorância das pessoas que invadem áreas de risco e depois exigem que as autoridades resolvam seus problemas, demonstra omissão de uns e ignorância de outros.
Tenho chamado a atenção para a responsabilidade de cada um sobre esses acontecimentos. Se volto ao assunto, é para tentar entender o lado das autoridades. Dos que exercem o poder.
A maioria dos políticos perdeu o respeito popular em razão dos abusos de poder e da corrupção. Ninguém confia mais na boa intenção deles, mais voltados os conchavos e interesses pessoais do que às necessidades do País.
Quero crer que restem alguns mais patriotas, que se esforçam para melhorar o padrão de vida da população,mas que, diante do quadro atual, não conseguem realizar seus projetos. Este ano, teremos eleição, mas em quem votar? Diante do quadro observado, como saber quem é menos ruim? Você já notou que, apesar de envolvidos em escândalos e corrupção, todos eles são reeleitos?
Alguém já disse que cada povo tem o governo que merece. É uma verdade que precisamos engolir. Somos nós que os colocamos onde estão. Fazendo isso, assinamos embaixo de tudo quanto fazem.
O que você faria se fosse eleito e ocupasse um cargo público? Diante dos problemas do País, quem já não tentou resolvê-los em sua cabeça? Não fez projetos imaginando as atitudes que tomaria se chegasse ao poder? Mas será que conseguiríamos ter sucesso?
Depois de assumir o cargo é que o político vai saber como as coisas são de verdade. A burocracia que emperra as mudanças, os conservadores que temem o novo, os grupos habituados a subornar para burlar as leis, as panelinhas que não querem perder as boquinhas e tantas outras “surpresas” escondidas nos porões do poder constituído.
Não estou defendendo os políticos omissos ou corruptos, mas sinto que é difícil vencer essa realidade. Em vez de criticá-los e jogar sobre eles energias ruins, vamos inverter a situação e orar “muiiito” para que Deus os inspire, lhes dê força para fazerem algo melhor por todos nós.
Zibia Gasparetto é escritora
espiritualista
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