Esbarro no aeroporto com um amigo, alto funcionário do governo federal. Fui direto ao ponto:
—E quando o governo acabará com a greve dos professores das universidades públicas? Ela paralisa 57 das 59 universidades federais e 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica. São 143 mil profissionais de ensino de braços cruzados.
—O governo? — reagiu surpreso — Eles é que decidiram parar de trabalhar. Já é hora de descruzarem os braços e aceitar nossa proposta. A partir do ano que vem um professor titular com dedicação exclusiva poderá ter aumento de 45,1%.
—Pelo que me disseram professores, a proposta do governo está aquém do que eles querem. E só favorece os professores que atingiram o topo da carreira. Como é possível um professor adjunto, com doutorado, ganhar R$ 4.300, e um policial rodoviário com Nível Superior, R$ 5.782,11?
—O que pedem é acima do razoável. E se a greve prosseguir, nem por isso o país para.
—Este o erro do governo, meu caro. Como está difícil convencer o Planalto de que o Brasil só terá futuro se investir ao menos 10% do PIB na educação?
Meu amigo tentou justificar:
—O governo vai mudar o plano de carreira. Professores passarão a ganhar mais em menos tempo de trabalho.
—Ora, não me venha com falácias. Quando se trata do fundamental — saúde, educação, saneamento —, o governo nunca tem recursos suficientes. Mas sobram fortunas para o Brasil sediar eventos esportivos internacionais e comprar jatos de combate para um país que já deveria estar desmilitarizado. Quem nos ameaça senão nós mesmos ao não promover a reforma agrária para reduzir a desigualdade social e manter a saúde e a educação sucateadas?
Meu amigo, ao se despedir, admitiu em voz baixa:
—Você tem boa dose de razão.
—E quando o governo acabará com a greve dos professores das universidades públicas? Ela paralisa 57 das 59 universidades federais e 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica. São 143 mil profissionais de ensino de braços cruzados.
—O governo? — reagiu surpreso — Eles é que decidiram parar de trabalhar. Já é hora de descruzarem os braços e aceitar nossa proposta. A partir do ano que vem um professor titular com dedicação exclusiva poderá ter aumento de 45,1%.
—Pelo que me disseram professores, a proposta do governo está aquém do que eles querem. E só favorece os professores que atingiram o topo da carreira. Como é possível um professor adjunto, com doutorado, ganhar R$ 4.300, e um policial rodoviário com Nível Superior, R$ 5.782,11?
—O que pedem é acima do razoável. E se a greve prosseguir, nem por isso o país para.
—Este o erro do governo, meu caro. Como está difícil convencer o Planalto de que o Brasil só terá futuro se investir ao menos 10% do PIB na educação?
Meu amigo tentou justificar:
—O governo vai mudar o plano de carreira. Professores passarão a ganhar mais em menos tempo de trabalho.
—Ora, não me venha com falácias. Quando se trata do fundamental — saúde, educação, saneamento —, o governo nunca tem recursos suficientes. Mas sobram fortunas para o Brasil sediar eventos esportivos internacionais e comprar jatos de combate para um país que já deveria estar desmilitarizado. Quem nos ameaça senão nós mesmos ao não promover a reforma agrária para reduzir a desigualdade social e manter a saúde e a educação sucateadas?
Meu amigo, ao se despedir, admitiu em voz baixa:
—Você tem boa dose de razão.
Jornal O Dia
E vai continuar do mesmo jeito se nos ficarmos esperando o Super-Homem!
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