Biografia escrita por seu pai revela o que se passava na mente da cantora que lutava para se libertar das drogas e de uma paixão suicida
Marcos Diego Nogueira
"Amy me ligou do Brasil dizendo que não bebia álcool há duas semanas. Dei a ela meus parabéns, mas quando desliguei sabia que não era verdade. Ela não era capaz de chegar tão longe em sua abstinência", escreve em tom amargo o cantor e motorista de táxi Mitch Winehouse na aguardada biografia “Amy, My Daugther” (Amy, minha filha), lançada na semana passada nos EUA, às vésperas de completar um ano da trágica morte da artista que foi uma das melhores cantoras de todos os tempos. Ele, certamente, sabia das noites regadas a bebidas e dos encândalos promovidos por sua filha em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, durante a turnê que fazia pelo País.
E previa o pior. A vinda de Amy ao Brasil abre o capítulo “Body and Soul”, início do relato de seu último ano de vida.“Amy passou os primeiros dias de 2011 ensaiando para a turnê, não fez nenhum drama para subir no avião – o que eu nunca tinha visto acontecer – e ganhou excelentes críticas nos cinco shows que fez por lá”, relata Mitch. O livro é um desabafo emocionado e em ordem cronológica que conta desde o primeiro momento em que ele a mimou no colo no dia 14 de setembro de 1983 até o último contato, quando junto aos amigos mais próximos teve de reconhecer o seu corpo no necrotério. “Fomos para uma sala e vimos Amy através de uma janela de vidro. Era como se ela estivesse dormindo, o que tornou o processo ainda mais doloroso”, diz ele.
Um dos presentes era o diretor de cinema Reg Traviss, namorado de Amy na época que conseguiu a proeza de fazê-la esquecer do ex-marido Blake Fielder-Civil. “O único sofrimento provocado por Traviss era não abrir mão de trabalhar por muitas horas”, relata o livro. “Ele não queria viver na sombra do sucesso de Amy.” Esse tom protetor é inevitável e, nos últimos anos, se intensifica diante das constantes recaídas da popstar – na maioria das vezes ligadas ao namorado-problema que a apresentou à cocaína e à heroína em 2005. Antes disso, ela se satisfazia com um cigarro de maconha. Mitch conta que à época do seu primeiro álbum, “Frank”, Amy fazia questão de abrir seus shows criticando quem usava drogas pesadas e pedia ao público que a acompanhasse em um refrão que associava o seu uso a uma fraqueza de caráter. “Blake Fielder-Civil mudou isso”, afirma o pai.
E previa o pior. A vinda de Amy ao Brasil abre o capítulo “Body and Soul”, início do relato de seu último ano de vida.“Amy passou os primeiros dias de 2011 ensaiando para a turnê, não fez nenhum drama para subir no avião – o que eu nunca tinha visto acontecer – e ganhou excelentes críticas nos cinco shows que fez por lá”, relata Mitch. O livro é um desabafo emocionado e em ordem cronológica que conta desde o primeiro momento em que ele a mimou no colo no dia 14 de setembro de 1983 até o último contato, quando junto aos amigos mais próximos teve de reconhecer o seu corpo no necrotério. “Fomos para uma sala e vimos Amy através de uma janela de vidro. Era como se ela estivesse dormindo, o que tornou o processo ainda mais doloroso”, diz ele.
Um dos presentes era o diretor de cinema Reg Traviss, namorado de Amy na época que conseguiu a proeza de fazê-la esquecer do ex-marido Blake Fielder-Civil. “O único sofrimento provocado por Traviss era não abrir mão de trabalhar por muitas horas”, relata o livro. “Ele não queria viver na sombra do sucesso de Amy.” Esse tom protetor é inevitável e, nos últimos anos, se intensifica diante das constantes recaídas da popstar – na maioria das vezes ligadas ao namorado-problema que a apresentou à cocaína e à heroína em 2005. Antes disso, ela se satisfazia com um cigarro de maconha. Mitch conta que à época do seu primeiro álbum, “Frank”, Amy fazia questão de abrir seus shows criticando quem usava drogas pesadas e pedia ao público que a acompanhasse em um refrão que associava o seu uso a uma fraqueza de caráter. “Blake Fielder-Civil mudou isso”, afirma o pai.
Com a prisão do ex-marido por porte ilegal de armas – e o término do relacionamento com ele, em 2010 – Amy viveu momentos de tranquilidade. Nas 320 páginas da biografia, que sai no Brasil em agosto, não há revelações sobre o estágio dos trabalhos da cantora na época, mas sim do quanto ela se mostrava otimista com o CD, que seria o sucessor do bestseller “Back to Black”. As constantes visitas à London Clinic, já perto do fim, afetavam sua vida profissional, mas a afastavam do conturbado universo do show biz: “Quando se refugiava no estúdio, ela esquecia das drogas”. No palco tudo podia correr bem ou ser um grande desastre. Amy já estava cansada de interpretar as mesmas canções e alguma delas, como “Wake Up Alone” e “Unholy War”, traziam péssimas recordações do ex-namorado e de experiências que ela tentava esquecer.
Bastante emocionante é o relato do concerto em Belgrado, na Sérvia, o último show de sua carreira. Mitch dá ao leitor uma outra perspectiva. Por uma hora e meia a cantora, visivelmente embriagada, desafinou ao balbuciar algumas letras, abandonou a sua banda por diversas vezes e terminou jogando o microfone no chão: “Nada poderia dar errado já que tudo estava indo bem entre Amy e Reg. E Blake fazia parte do passado. Só mais tarde fomos saber que, momentos antes do espetáculo, ela teria sofrido a pior crise de pânico de toda a sua vida.” Mais: “Achou que a bebida poderia ajudar, mas não foi o que aconteceu.” Amy só viria a ter outra recaída poucos dias antes de sua morte. Como ela estava “limpa” desde 2008 e não bebia há três semanas, poderia sofrer um colapso. Disso Mitch sabia.
Só não imaginava que seria tão fulminante e que aconteceria com ele longe de casa, em Nova York.
Bastante emocionante é o relato do concerto em Belgrado, na Sérvia, o último show de sua carreira. Mitch dá ao leitor uma outra perspectiva. Por uma hora e meia a cantora, visivelmente embriagada, desafinou ao balbuciar algumas letras, abandonou a sua banda por diversas vezes e terminou jogando o microfone no chão: “Nada poderia dar errado já que tudo estava indo bem entre Amy e Reg. E Blake fazia parte do passado. Só mais tarde fomos saber que, momentos antes do espetáculo, ela teria sofrido a pior crise de pânico de toda a sua vida.” Mais: “Achou que a bebida poderia ajudar, mas não foi o que aconteceu.” Amy só viria a ter outra recaída poucos dias antes de sua morte. Como ela estava “limpa” desde 2008 e não bebia há três semanas, poderia sofrer um colapso. Disso Mitch sabia.
Só não imaginava que seria tão fulminante e que aconteceria com ele longe de casa, em Nova York.
Revista Isto É
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