A cassação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO) não foi um marco de moralização da vida pública brasileira. Fatores conjunturais determinaram a perda do mandato dele. Nosso sistema político, já a partir da etapa eleitoral, com seus financiamentos milionários e pouco transparentes de campanha, continua estruturalmente corrompido. Isso não deve nos impedir de atuar de imediato, em cada caso concreto, como o PSOL sempre faz, e outros partidos também deviam fazê-lo, por elementar zelo. Mas a iniciativa pontual que culmina em raro resultado em favor do interesse público não indica que a política institucional começou, afinal, a se republicanizar.
Qual Demóstenes foi cassado, após 132 dias de chocantes revelações de suas relações espúrias com o esquema Cachoeira/Delta?
Certamente o ‘falso moralista’, do qual seus antigos desafetos puderam afinal se vingar. No mundo da política, não é incomum lobo comendo lobo. Não adiantou Demóstenes ter, pateticamente, pedido perdão por seu ‘dedo em riste’ do passado. Foi, para alguns, “a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”. Razões menores, mas reais.
Mas Demóstenes foi despedido de seu ‘mandato’ de despachante de bicheiro no Senado, que decepcionou muitos dos seus dois milhões de eleitores de Goiás, sobretudo por praticar, no exercício que dizia impoluto, a poluição do tráfico de influência, dos negócios subterrâneos, do toma lá dá cá, da vida de luxo e presentes em função do prestígio.
Com o ex-senador Demóstenes Lázaro Torres, todos nós, da vida parlamentar, temos muito o que aprender — a como não se comportar, a separar com rigor o público do privado, a não dissociar o pregado do praticado. Sem assimilar essa lição, não sairemos do reino dos mortos.
Qual Demóstenes foi cassado, após 132 dias de chocantes revelações de suas relações espúrias com o esquema Cachoeira/Delta?
Certamente o ‘falso moralista’, do qual seus antigos desafetos puderam afinal se vingar. No mundo da política, não é incomum lobo comendo lobo. Não adiantou Demóstenes ter, pateticamente, pedido perdão por seu ‘dedo em riste’ do passado. Foi, para alguns, “a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”. Razões menores, mas reais.
Mas Demóstenes foi despedido de seu ‘mandato’ de despachante de bicheiro no Senado, que decepcionou muitos dos seus dois milhões de eleitores de Goiás, sobretudo por praticar, no exercício que dizia impoluto, a poluição do tráfico de influência, dos negócios subterrâneos, do toma lá dá cá, da vida de luxo e presentes em função do prestígio.
Com o ex-senador Demóstenes Lázaro Torres, todos nós, da vida parlamentar, temos muito o que aprender — a como não se comportar, a separar com rigor o público do privado, a não dissociar o pregado do praticado. Sem assimilar essa lição, não sairemos do reino dos mortos.
Jornal O Dia
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