terça-feira, 3 de julho de 2012

Te Contei, não ? - Emoção e devoção ao Padim Padi Ciço


A estátua de 27 metros de altura de Padre Cícero Romão Batista (1844-1934), em Juazeiro do Norte, atrai 2 milhões de romeiros todos os anos. A mesma fé que move essa multidão à cidade cearense em que viveu o religioso também tem atraído cariocas e turistas ao Espaço Memória da Feira de São Cristóvão, onde a exposição "Meu Padim Padre Cícero: em cada casa, um oratório; em cada quintal, uma fazenda" está em cartaz.
 
A paraibana de Campina Grande Jandira Nogueira, de 62 anos, não podia perder a oportunidade de agradecer ao Padinho mais uma vez a graça que julga lhe ter sido enviada por ele. Em 1974, já vivendo no Rio há três anos, ela foi a Juazeiro do Norte pagar promessa que havia feito pela saúde do filho. Ao visitar os dois andares do Espaço Memória, recordou-se da romaria. Para ela, "é Deus em primeiro lugar e Padre Cícero logo abaixo":
 
— Quando criança, meu filho bateu a cabeça. Fiz uma promessa a Padre Cícero, pedindo que ele não ficasse com sequelas. Vesti-o de preto e seguimos em romaria. Aos pés da imagem do padre, $as roupas do meu filho e orei bastante. Quando retornamos, ele estava curado.
Pela Feira de São Cristóvão, as histórias de devoção se repetem. Diante de relíquias — como a bata, o chapéu e o cajado, datados de 1914 —, as emoções se mostram jenuínas.
No primeiro fim de semana de visitação, uma senhora de 90 anos percorreu a mostra cantando as músicas que entoava nas visitas a Juazeiro do Norte, onde, aos 9 anos, teria sido curada de um problema cardíaco.
— Ela comentou que não cantava as músicas há décadas, mas que estava tudo voltando enquanto visitava a exposição — contou Mariana Novaes, uma das educadoras do Espaço Memória.
 
Além das vestes do padre e de obras de artistas de Juazeiro, são destaques na exposição os ex-votos, oferendas feitas por fiéis que alcançaram uma graça ou milagre implorados, como um testemunho público de gratidão.
— São réplicas em madeira da parte do corpo afetada pela doença — explica Emanoel Araújo, curador da exposição, que ficará aberta ao público até 19 de agosto

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