Longe dos “debates de alto nível”, no Riocentro, um grupo de inovadores exibiu suas invenções em eventos paralelos à Rio+20. Complexos, como o plástico feito de amido de milho, ou simples, como as garrafas PET usadas para iluminar barracos, todos os projetos estão prontos para ser colocados em prática. ÉPOCA selecionou dez dessas invenções
1 I Plástico feito a partir de milho
Desenvolvido por uma empresa de São Paulo, o plástico de biomassa é uma alternativa ao derivado do petróleo. Chamado de bioplástico, ele pode ser produzido a partir do amido do milho, da mandioca, da batata, da cana ou do girassol. Em menos de 180 dias, o bioplástico se desintegra e vira adubo, em comparação aos mais de 200 anos do plástico normal. É possível fazer de sacolas a potes rígidos.
Desenvolvido por uma empresa de São Paulo, o plástico de biomassa é uma alternativa ao derivado do petróleo. Chamado de bioplástico, ele pode ser produzido a partir do amido do milho, da mandioca, da batata, da cana ou do girassol. Em menos de 180 dias, o bioplástico se desintegra e vira adubo, em comparação aos mais de 200 anos do plástico normal. É possível fazer de sacolas a potes rígidos.
2 I Piso com gerador de energia movido a passos
Que tal usar o movimento das pessoas ao caminhar para gerar energia? Essa é a ideia do Pavegen, o piso que usa a energia cinética de nossos passos e a transforma em luz. Abaixo do pavimento, um reator recolhe a energia e acende a lâmpada que fica na superfície. Ideal para iluminar calçadas de pedestres.
Que tal usar o movimento das pessoas ao caminhar para gerar energia? Essa é a ideia do Pavegen, o piso que usa a energia cinética de nossos passos e a transforma em luz. Abaixo do pavimento, um reator recolhe a energia e acende a lâmpada que fica na superfície. Ideal para iluminar calçadas de pedestres.
3 I Casa de plástico reciclável
A empresa cearense Impacto Protensão desenvolveu um sistema de construções de casas com módulos de plástico reciclável. A casa fica pronta em uma semana. A economia em relação a uma de alvenaria é de 30%, segundo a empresa. A invenção ganhou o prêmio inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Já foi usada na construção de 500 casas e um hotel.
A empresa cearense Impacto Protensão desenvolveu um sistema de construções de casas com módulos de plástico reciclável. A casa fica pronta em uma semana. A economia em relação a uma de alvenaria é de 30%, segundo a empresa. A invenção ganhou o prêmio inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Já foi usada na construção de 500 casas e um hotel.
4 I Chuveiro ecológico
O Banho Flex é um chuveiro que avisa o usuário quando ele está tempo demais embaixo d’água. A tecnologia de compressão da água permite uma economia de 20% de energia. Levou três anos para ser desenvolvido, com s tecnologia 100% brasileira. Um termostato controla a temperatura da água, evitando que o usuário tenha de abrir mais a torneira fria ou a quente.
O Banho Flex é um chuveiro que avisa o usuário quando ele está tempo demais embaixo d’água. A tecnologia de compressão da água permite uma economia de 20% de energia. Levou três anos para ser desenvolvido, com s tecnologia 100% brasileira. Um termostato controla a temperatura da água, evitando que o usuário tenha de abrir mais a torneira fria ou a quente.
5 I Garrafa pet que ilumina
A ONG Liter of Light (Litro de Luz) mostrou um projeto pioneiro de iluminação que usa garrafas PET como lâmpadas. As garrafas cheias de água e cloro são colocadas no telhado. Metade da garrafa fica do lado de fora do telhado, e a outra metade dentro da casa. O cloro reage à luz do sol e ilumina o ambiente interno. As garrafas são usadas em favelas na Índia e chegarão a 1 milhão de casas neste ano.
A ONG Liter of Light (Litro de Luz) mostrou um projeto pioneiro de iluminação que usa garrafas PET como lâmpadas. As garrafas cheias de água e cloro são colocadas no telhado. Metade da garrafa fica do lado de fora do telhado, e a outra metade dentro da casa. O cloro reage à luz do sol e ilumina o ambiente interno. As garrafas são usadas em favelas na Índia e chegarão a 1 milhão de casas neste ano.
6 I Lenha para sempre na caatinga
O Nordeste brasileiro tem grande potencial para energias eólica e solar. Mas um grupo de pesquisadores acredita que a grande solução para a região seja a lenha. A equipe, do Ministério do Meio Ambiente, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da FAO, desenvolveu uma metodologia para tirar madeira da Caatinga sem devastação, com uma técnica de manejo. O proprietário divide a área em dez a 15 lotes e corta um por ano. No fim do ciclo, a Caatinga se recuperou. A lenha alimenta as caldeiras de 40% das indústrias nordestinas. Agora, elas têm uma fonte renovável, sem desmatamento. “Esse sistema combate a desertificação, gera renda e pode ser usado com a criação de gado”, diz Francisco Campello, responsável pelos estudos no ministério.
O Nordeste brasileiro tem grande potencial para energias eólica e solar. Mas um grupo de pesquisadores acredita que a grande solução para a região seja a lenha. A equipe, do Ministério do Meio Ambiente, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da FAO, desenvolveu uma metodologia para tirar madeira da Caatinga sem devastação, com uma técnica de manejo. O proprietário divide a área em dez a 15 lotes e corta um por ano. No fim do ciclo, a Caatinga se recuperou. A lenha alimenta as caldeiras de 40% das indústrias nordestinas. Agora, elas têm uma fonte renovável, sem desmatamento. “Esse sistema combate a desertificação, gera renda e pode ser usado com a criação de gado”, diz Francisco Campello, responsável pelos estudos no ministério.
7 I Arquitetura de sucata
Ao passar por um canteiro de obras, você já deve ter visto um contêiner transformado em escritório, dormitório ou mesmo banheiro. Como o transporte marítimo é caro, é comum que os contêineres fiquem sucateados. Ou que sejam reaproveitados para fins menos sofisticados, já que um usado custa cerca de R$ 7 mil. Como faz calor dentro deles, o ar condicionado é sempre necessário – algo nada sustentável. A empresa Contain[it], formada por um grupo de arquitetos, descobriu um jeito de mudar isso. Com um design elaborado, eles montam estruturas, como quiosques e lounges, além de investir numa linha de mobília. Também intervêm na estrutura para resolver o problema do calor, com uma arquitetura que favoreça a ventilação e uma tinta com esferas de cerâmica que reflete a luz do sol.
Ao passar por um canteiro de obras, você já deve ter visto um contêiner transformado em escritório, dormitório ou mesmo banheiro. Como o transporte marítimo é caro, é comum que os contêineres fiquem sucateados. Ou que sejam reaproveitados para fins menos sofisticados, já que um usado custa cerca de R$ 7 mil. Como faz calor dentro deles, o ar condicionado é sempre necessário – algo nada sustentável. A empresa Contain[it], formada por um grupo de arquitetos, descobriu um jeito de mudar isso. Com um design elaborado, eles montam estruturas, como quiosques e lounges, além de investir numa linha de mobília. Também intervêm na estrutura para resolver o problema do calor, com uma arquitetura que favoreça a ventilação e uma tinta com esferas de cerâmica que reflete a luz do sol.
8 I Peixe desconhecido
A anchoíta é uma das muitas espécies de peixe desconhecidas do paladar humano. Usada só na fabricação de ração para outros animais, sua população no oceano é hoje abundante. Um desperdício porque, além de saborosa, tem um alto valor nutritivo. No que depender dos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), a anchoíta chegará à mesa dos brasileiros em breve. Eles estão desenvolvendo produtos à base da espécie para criar uma demanda e diminuir a pressão sobre outros peixes mais consumidos. O primeiro produto desenvolvido é um enlatado do peixe com molho de tomate. A ideia dos pesquisadores é usar o ingrediente na merenda escolar. Há duas receitas testadas: pizza e macarrão de anchoíta. Mais de 35 mil crianças de escolas públicas degustaram os pratos no ano passado. Cerca de 70% aprovaram.
A anchoíta é uma das muitas espécies de peixe desconhecidas do paladar humano. Usada só na fabricação de ração para outros animais, sua população no oceano é hoje abundante. Um desperdício porque, além de saborosa, tem um alto valor nutritivo. No que depender dos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), a anchoíta chegará à mesa dos brasileiros em breve. Eles estão desenvolvendo produtos à base da espécie para criar uma demanda e diminuir a pressão sobre outros peixes mais consumidos. O primeiro produto desenvolvido é um enlatado do peixe com molho de tomate. A ideia dos pesquisadores é usar o ingrediente na merenda escolar. Há duas receitas testadas: pizza e macarrão de anchoíta. Mais de 35 mil crianças de escolas públicas degustaram os pratos no ano passado. Cerca de 70% aprovaram.
9 I Bolsa verde
Um dos criadores do mercado de carbono no mundo, o empresário brasileiro Pedro Moura Costa lançou uma Bolsa de Valores para negociar ativos ambientais. Funciona assim: uma empresa de pneus, pela lei atual, precisa recolher todo o resíduo gerado por seu produto depois do descarte – uma tarefa complexa. Na outra ponta, uma cooperativa de reciclagem separa o pneu usado e ganha dinheiro com a venda. Aí entra a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio). Ela propõe que a reciclagem gere créditos para a cooperativa, que depois podem ser comprados pela fabricante de pneus. Seu débito ambiental, assim, estará pago. O mesmo modelo pode ser usado na recuperação de áreas florestais. Uma propriedade que desmatou mais do que deveria pode comprar créditos de outra que preservou para compensar seu passivo. Ou ainda no setor de emissão de gases ou de efluentes. “A ideia é criar um mercado de ativos ambientais e promover a economia verde no Brasil”, diz Mauricio Moura Costa, diretor da BVRio.
Um dos criadores do mercado de carbono no mundo, o empresário brasileiro Pedro Moura Costa lançou uma Bolsa de Valores para negociar ativos ambientais. Funciona assim: uma empresa de pneus, pela lei atual, precisa recolher todo o resíduo gerado por seu produto depois do descarte – uma tarefa complexa. Na outra ponta, uma cooperativa de reciclagem separa o pneu usado e ganha dinheiro com a venda. Aí entra a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio). Ela propõe que a reciclagem gere créditos para a cooperativa, que depois podem ser comprados pela fabricante de pneus. Seu débito ambiental, assim, estará pago. O mesmo modelo pode ser usado na recuperação de áreas florestais. Uma propriedade que desmatou mais do que deveria pode comprar créditos de outra que preservou para compensar seu passivo. Ou ainda no setor de emissão de gases ou de efluentes. “A ideia é criar um mercado de ativos ambientais e promover a economia verde no Brasil”, diz Mauricio Moura Costa, diretor da BVRio.
10 I Motor econômico
Desenvolvido pelos cientistas Cesar Soós e Roberto Frascari, o motor Keppe é uma tecnologia brasileira mais econômica do que qualquer motor convencional. Segundo Soós, o novo “motor por ressonância” tem durabilidade maior por não usar ferro e não esquenta. Como é mais leve, ainda permitiria gastar menos combustível, se usado em aviões e automóveis, reduzindo emissões de gases poluentes. Por enquanto, o motor Keppe é testado em eletrodomésticos. Os primeiros ventiladores devem ser lançados nas lojas no início do ano que vem. Seus inventores afirmam que um eletrodoméstico normal gasta 15 vezes mais energia do que um com motor Keppe.
Desenvolvido pelos cientistas Cesar Soós e Roberto Frascari, o motor Keppe é uma tecnologia brasileira mais econômica do que qualquer motor convencional. Segundo Soós, o novo “motor por ressonância” tem durabilidade maior por não usar ferro e não esquenta. Como é mais leve, ainda permitiria gastar menos combustível, se usado em aviões e automóveis, reduzindo emissões de gases poluentes. Por enquanto, o motor Keppe é testado em eletrodomésticos. Os primeiros ventiladores devem ser lançados nas lojas no início do ano que vem. Seus inventores afirmam que um eletrodoméstico normal gasta 15 vezes mais energia do que um com motor Keppe.
Revista Época
Muito bom !
ResponderExcluirMatheus de Azevedo.
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